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sábado, 2 de fevereiro de 2013

Tudo o que restou

«Perdi meus fantásticos castelos
Como névoa distante que se esfuma...
Quis vencer, quis lutar, quis defendê-los:
Quebrei as minhas lanças uma a uma!

Perdi minhas galeras entre os gelos
Que se afundaram sobre um mar de bruma...
- Tantos escolhos! Quem podia vê-los?
- Deitei-me ao mar e não salvei nenhuma!

Perdi a minha taça, o meu anel,
A minha cota de aço, o meu corcel,
Perdi meu elmo de ouro e pedrarias...

Sobem-me aos lábios súplicas estranhas...
Sobre o meu coração pesam montanhas...
Olho assombrada as minhas mãos vazias...»



Tudo o que restou...




...Fui eu.


Depois de todos aqueles que passaram por mim, depois de tudo o que vem e vai, no final do dia é isto que resta: eu, dentro destas 4 paredes, sem saber muito bem com que propósito continuar, ou a que me agarrar, mas sabendo que, em última análise, só dependo do que eu conseguir fazer de mim.

E seu eu não conseguir nada?



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Soneto: Perdi os Meus Fantásticos Castelos, de Florbela Espanca.
Fotografia: Diana Rosa

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