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domingo, 20 de junho de 2010

Apodreço





O tempo passa, e só eu fico,
Nesta funda cova sem luz.
O crime cometido? Existir!
Nada mais encontro em mim
Que me faça merecer assim
Estar pregada a esta cruz.


Todos vencem, mas eu fico,
Condenada a ser apenas
Espectadora de vitórias.
Carcaça oca e consumida
Que, outrora, cheia de vida
Alcançou tremendas glórias.


E eles que passam, enquanto eu fico
a sangrar eternamente
no meu leito, de vermes cheio,
Rasgam-me as feridas abertas,
Deixam-me as vísceras descobertas,
Ávidos de sofrimento alheio.


E eu apodreço, e aqui fico,
Inválida, imóvel, impotente,
Aguardando a minha morte.
Mas eu sei que ela não vem,
pois esta maldição de ninguém
Jamais me trará tamanha sorte.




**************
A Arte

Imagem: Wound, de Mark Ryden.
O poema é meu. Se alguém o quiser usar, agradeço que me consulte e que indique a fonte, quando o fizer.

1 comentário:

  1. O poema está bastante forte e diria que tinha gostado de o ler se não soubesse que tal obra só pode vir de uma desilusão extrema e fico triste que tu tenhas tido razões para o escrever.

    Pois também eu já escrevi poemas assim á tempos atrás e sei o que levam.

    Btw, combina perfeitamente com o que estou a ouvir agora.

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