“A Lua e as Criaturas das Trevas - Histórias Sombrias de Noites Espectrais” é um livro que nos abduz para o universo do fantástico, com a elegância e o romantismo da literatura gótica. Ao longo de 9 contos, a autora transporta-nos para uma série de cenários sombrios, desde lagos encantados e florestas místicas, passando por castelos e mansões assombradas, habitados pelas mais fascinantes e inumanas criaturas.
Finais felizes, são raros. Mas não é raro o fascínio que cada história imprime sobre o leitor, agarrando-o a esta obra como se de um encantamento se tratasse. Talvez por isso eu tenha lido este livro praticamente de uma assentada só, pois a cada conto que lia mais vontade tinha de conhecer os próximos e de me deixar levar pelo tom melancólico e belo das palavras de Maria Luísa Garcia.
Destaco no top 3 dos meus favoritos os seguintes contos:
“Sob as Águas do Lago de Prata” - Achei fascinante todo o mistério e atração em torno da sobrenatural criatura do lago e a inesperada interação que se desenrolou com o protagonista. História absolutamente envolvente, bela e de arrepiar.
“Os Cisnes da Tempestade” – A meu ver, a história mais completa. Explora de forma exímia uma problemática infelizmente bem real e contemporânea – a violência doméstica. Ao acompanharmos os momentos agonizantes vivenciados pela narradora, contrastantes com a beleza dos cisnes que dançam lá fora sob a tempestade, a empatia estabelecida é imediata.
“O Trilho das Rosas Sangrentas” – O conto que considero mais intenso e fora da caixa neste livro. Desde a entrada numa dimensão diferente com luz e flora muito próprias aos momentos de tensão e horror banhados a sangue, mas sem nunca descurar o cuidado com a estética e a elegância a que a autora nos habitua, todo o ambiente foi verdadeiramente surpreendente.
Deixo ainda uma menção honrosa para “A Criatura Tilintante” – Um dos contos que mais me marcou pelo peso da tristeza que carrega.
Para concluir, para mim que devorei contos de literatura fantástica, gótica e de horror, de autores como Edgar Allan Poe, Mary Shelley ou Arthur Machen, foi um deleite embrenhar-me no imaginário sombrio de Maria Luísa Garcia e é com muito orgulho que adiciono esta autora portuguesa à minha coleção de obras do género.
Para curiosos ou leitores menos familiarizados com o género, não posso deixar de recomendar e de reiterar a fácil leitura deste livro, e frisar o quão prazeroso foi deslindar cada uma destas pequenas histórias.
Podem adquirir no site da editora ou nas lojas habituais.
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